David Luiz recebe médico em Paris a cada três meses para tratar calvície
David Luiz tem calvície.
A afirmação pode soar absurda para quem vê a cabeleira que fez com que o zagueiro ganhasse o apelido de Sideshow Bob, personagem cabeludo do desenho “Os Simpsons”. Mas é feita pelo próprio jogador, para quem quiser ouvir.
“Meu pai é carequinha”, conta David, que compara sua juba a uma piscina -“você só está vendo a superfície, não vê o fundo.”
A cada três meses, o defensor do PSG convoca o médico Luciano Barsanti, do Instituto do Cabelo, em São Paulo, para passar dez dias em Paris cuidando de suas madeixas. David tem obsessão pela tricologia, ramo da medicina dedicado aos pelos e cabelos.
“Em conversas, às vezes ele [David] sabe mais do que eu sobre o tema. Discute como se fosse um especialista”, diz Barsanti, contando que uma clínica completa foi montada em Paris para o tratamento, com a importação de aparelhos de última geração, fórmulas, xampus e loções. Ele não comenta os valores envolvidos na operação.
“Quando eu saí do Chelsea, estava ficando carequinha. Mas agora voltou ao normal, graças a Deus”, empolga-se o zagueiro.
Atualmente, ele vive fase segura no departamento capilar, pois o tratamento de Barsanti não prevê data de validade para os fios.
“Não vou ficar igual ao meu pai. Senão eu mato o doutor”, afirma. Barsanti, que cuida de David há quase dois anos, corrobora.
O tratamento não envolve nenhum tipo de cirurgia ou injeção e conta com quatro passos, repetidos ao longo de dez dias, com a duração diária de uma hora.
“É um intensivo que fazemos em Paris. Primeiro, há o desincruste, a retirada de excesso de gordura do couro cabeludo. Em seguida, o eletroestímulo, pequenos choques no local. O próximo passo é a ionização, a aplicação de medicamentos na região. Por fim, uma aplicação de laser de baixo comprimento de onda”, enumera Barsanti.
O zagueiro também mostra solidariedade na luta contra a deficiência capilar. Informado de que o repórter passa por uma situação semelhante, ele tenta tranquilizar.
“Vá à clínica em meu nome, sem brincadeira. E fique tranquilo que logo teremos células até para quem é carecão”, afirma, fazendo referência aos tratamentos com células-tronco. Barsanti diz que a abordagem deve estar disponível em cerca de cinco anos.
Mas por mais que seja apegado a seus cabelos, ele tem as prioridades bem definidas. Diante da pergunta se ele aceitaria ficar careca para levantar uma taça da Copa, ele não titubeia.
“Claro, fácil.”
Matéria publicada originalmente na Folha de São Paulo